Contador.
Pós graduado em Direito Tributário pela FGV.
 
  


A TEMÁTICA AMBIENTAL

As tendências do mercado varejista mundial demonstram que o consumidor (com menos tempo e dinheiro para gastar), está cada vez mais ligado na qualidade do produto aliado a um preço regular, sem ser fiel a marcas; mas, se consegue associar o seu objeto de desejo a uma causa socialmente justa, não se importa em gastar um pouco mais. Isso demonstra a consciência social dos cidadãos em um mundo muito mais competitivo, o que, por conseguinte, gera profundas mudanças de pensar e agir nas empresas (que querem ver seus produtos/serviços sempre consumidos, mantendo aceso o seu ciclo de continuidade), forçando-as a adequar suas políticas, redefinindo seus objetivos, adotando novas estratégias, investindo em novas tecnologias, enfim, revendo seus conceitos.

Acompanhando essa tendência mundial, a contabilidade passa a exercer um papel preponderante dentro das organizações, pois a informação do negócio é vital para a tomada de decisão consciente. Valorizar e entender o que dizem os números de um empreendimento é estratégico, especialmente no tocante aos aspectos ambientais, que estão dentro de uma ótica social. Mas como valorar as externalidades ambientais? Como demonstrar o comprometimento de uma empresa com o meio ambiente? De um modo geral, um sistema de informações voltado para a atividade ambiental deve ter a capacidade de extrapolar a mera descrição dos custos incorridos, mas também apresentar os resultados das ações referentes ao meio ambiente, isto é, gerar informação que permita ao gestor avaliar o resultado de suas decisões, que decorrem da identificação de uma degradação ambiental e são relativas as Atividades de Prevenção, Recuperação, Reciclagem e Monitoramento. A informação, então, se traduz na economia de gastos proporcionada pela implantação de um sistema de gestão ambiental, que vem procurar minimizar os impactos causados ao meio ambiente. Logo, por exemplo, os gastos excessivos com multas, tratamentos de saúde de funcionários e partes afetadas, indenizações, ausências ao trabalho, níveis motivacionais extremamente baixos que afetam diretamente a produção, são fontes de informações ambientais que devem ser demonstrados pela Contabilidade Ambiental de forma comparativa, visto que a empresa deve reduzi-los a partir da adoção de uma nova postura, que certamente será também sentida pela sociedade de uma maneira geral. Tais economias de custos poderiam ser consideradas como Receitas Ambientais, fugindo drasticamente do conceito de receita que tradicionalmente se conhece.

O que a Contabilidade também deve buscar, é formatar uma matriz de valores econômicos relacionada às degradações ambientais, para que possa ser possível o registro contábil de um dano ambiental, que nesse aspecto se compõe de diversas fontes, que formarão um único dado, a ser evidenciado como externalidade ambiental . É fácil então de entender, que o assunto enseja verificações, contatos multidisciplinares, embasamento legal (quando possível), teoria contábil, enfim, a busca por novas metodologias. E a visão de profundidade e em detalhes de um empreendimento, aliada a boa técnica administrativa e ao conhecimento jurídico, especialmente ambiental, conduzem a empresa a um nível de excelência, capitaneada pela Contabilidade, única matéria capaz de enxergar bem todos esses aspectos, daí a sua relevância.

Comparar a evolução dos números de um empreendimento, estabelecendo comparações, propondo ajustes, atenta aos aspectos legais, sempre será tarefa precípua da Contabilidade, que tem em seus demonstrativos ambientais uma ferramenta extremamente valiosa para a conquista de novos mercados e novas linhas de crédito. Ë preciso encarar a temática ambiental com mais respeito e rigor, até por uma questão de soberania nacional, tendo em vista que é sentimento dominante no seio dos norte-americanos a invasão de qualquer país do mundo(sem o consentimento da ONU), para resguardar quaisquer de seus interesses. O que será que passa na cabeça deles acerca da Amazônia? Não se consegue construir algo sólido senão estiver embasado em fortes alicerces. Não se mantém uma empresa ativa e lucrativa sem os fundamentos da boa administração, que necessita de dados numéricos para embasar suas decisões e planejamentos. A Contabilidade sempre foi e jamais deixará de ser, a viga mestra de qualquer empreendimento, e que hoje assume conotações muito mais gerenciais, enfocando os aspectos sociais, que a grande maioria dos consumidores está buscando, numa forma de exercitar a responsabilidade social. Exercite a Contabilidade !

BALANÇO

Belém também tem um forte defensor da derrubada da Medida Provisória 232, que aumenta a carga tributária das empresas prestadoras de serviços, é o Sr. Carlos Correa, ex-presidente do SESCON-Pa e atual diretor da FENACON. “Ao contrário do que afirma o governo, o custo tributário das empresas prestadoras de serviços optantes pelo lucro presumido é maior do que o custo tributário assumido pelos empregados, por conta das despesas de equipamentos, serviços internos, insumos e até mesmo o aluguel do imóvel em alguns casos”, disse Carlos Corrêa. *** A palestra “Planejamento Tributário – Uma Visão Contábil”, que ocorreu no último dia 23 de fevereiro, no auditório do CRC/Pa, foi um sucesso de público, que quase lotou as dependências do Conselho. Parabéns ao SESCON/Pa, que foi o idealizador do evento. *** O mês de março será marcado pela realização do ERECIC – Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Contábeis, que acontecerá no Hotel Paraíso, em Mosqueiro, nos dias 11, 12 e 13. Vale a pena participar, para o engrandecimento da profissão.


Marcelo Menezes de Faria, Contador
mmfaria@dynamicconsulting.com.br