As oportunidades de Kyoto
O início deste ano de 2005 já foi marcado
por um dos maiores compromissos já firmados
em prol do meio ambiente, o Protocolo de Kyoto, assinado
por mais de 150 países. É um marco na
história da degradação ambiental
do planeta, pois visa a redução dos
gases poluentes da atmosfera, que causam o efeito
estufa, responsável principal pelo aquecimento
global, que está mudando a vida na Terra. Vale
frisar que a elevação da temperatura
certamente irá modificar a vida dos seres vivos,
levando inclusive muitos à morte, além
da própria geografia mundial, com a possibilidade
de desaparecimento de várias áreas de
terra, que serão inundadas pelas águas
provenientes do derretimento das calotas polares.
As cidades litorâneas ficam seriamente prejudicadas
com esse panorama anunciado. Não se trata de
alarmismos nem de ficção científica,
mas de estudos científicos, que podem ser perfeitamente
comprovados por todos aqueles que já observaram
e sentiram as mudanças climáticas. A
Revista Veja, em sua edição de 22 de
dezembro de 2004, exemplifica essa assertiva, como
a Praça de São Pedro, em Veneza, que
costumava ser inundada uma ou duas vezes ao ano, agora
é interditada quase toda semana; o estado de
Louisiana nos Estados Unidos, que perde cerca de 16
hectares de terra por dia; ou o pântano dos
Everglades, também nos Estados Unidos, que
pode desaparecer neste século. Não é
difícil, então imaginar, que perdas
financeiras também estão atreladas a
essas mudanças, que segundo ainda a reportagem
de Veja, somente na década de 90, os desastres
ecológicos geraram perdas de mais de US$ 399
bilhões, ocasionando também o desembolso
de mais de US$ 90 bilhões em indenizações,
pelas companhias de seguro. O panorama que se avizinha,
então, é assustador, e a poluição
do ar, especialmente pelo gás carbônico,
que é causado, principalmente, pelo homem,
é a maior em toda a história da humanidade.
Sem dúvida que regras claras de controle e
diminuição desses efeitos na vida do
planeta, tem que ser incentivadas e seguidas por todas
as nações civilizadas do mundo, uma
vez que a ciência ainda não foi capaz
de clonar o ar que todos respiram, e que se encontra
em abundância e gratuitamente na natureza.
Os
efeitos do Protocolo de Kyoto, além dos benefícios
que poderão gerar na qualidade de vida de todos,
ensejará também o aparecimento de novos
negócios, hoje difíceis de serem pensados
(como a Internet a 20 anos atrás). Empresas
ou profissionais especializados em medir o desempenho
ambiental, ou calcular o montante de créditos
que uma determinada área está gerando,
ou treinar pessoas em monitoramento ambiental, ou
produzir mudas florestais das mais variadas espécies,
com um tempo de crescimento mais acelerado, ou processamento
de novas alternativas de energia e combustíveis,
enfim, uma variada gama de novos empreendimentos estará
surgindo, com suas informações específicas
e legislação própria que mudarão
uma vez mais, a economia mundial. E a Contabilidade,
que acompanha de perto todos os empreendimentos, está
também atenta a essas mudanças, não
somente na evidenciação das informações
ambientais (que é um novo objeto de estudo),
mas também na produção e análise
de informações acerca dessas novas oportunidades
que irão surgir, que certamente modificarão
planos de contas contábeis, funcionamento de
contas, demonstrativos gerenciais, planejamento tributário,
passando inclusive pelas relações de
trabalho, que poderão ser mais flexíveis.
È a Contabilidade na Era Ambiental, ajudando
as pessoas, empresas e governos, a mudarem o panorama
ecológico mundial. Exercite essa opção.
Pratique a contabilidade dentro da sua empresa.
BALANÇO
Será
na quarta-feira, dia 23 de fevereiro, às 19:00h,
no auditório do CRC/Pa, a primeira atividade
do SESCON/Pa, consistindo em uma palestra, para empresários
e profissionais liberais da terra, com o tema “Planejamento
Tributário – uma visão contábil”.
A entrada é grátis. Maiores informações
no SESCON/Pa, pelo telefone 212-2558.*** O Conselho
Federal de Contabilidade esteve presente esta semana,
no Congresso Nacional, protestando contra a Medida
Provisória 232, que aumentou a carga tributária
das empresas prestadoras de serviços. *** Foi
bonita a cerimônia de colação
de grau dos Bacharéis em Ciências Contábeis
do IESAM, realizada na 2ª. Feira, 14/02/2005,
na Assembléia Paraense.
Marcelo Menezes de Faria, Contador
mmfaria@dynamicconsulting.com.br