A responsabilidade do Contabilista2
A
seara contábil é a cada dia assolada
com a notícia de que novas obrigações
se tornaram reais (algumas a mais no vasto rol das
atribuições dos profissionais da Contabilidade),
ampliando sobremaneira a responsabilidade do Contabilista.
É difícil para o empresário enxergar
essas inúmeras atividades, mesmo as mais novas,
ainda desconhecidas para a grande maioria, mas que
não permitem ao assessor contábil cair
no esquecimento, pois as penalidades não são
esquecidas pelo poder público. A responsabilidade,
na Administração, é um dos quesitos
que norteia a remuneração, então
seria fácil perceber que o profissional de
contabilidade deveria estar ocupando o topo da pirâmide,
dada sua condição de analista fiscal,
contábil, trabalhista, organizacional, etc,
atividades de vital importância na vida e sobrevivência
de qualquer empreendimento. Entretanto, não
é o que ocorre. Infelizmente, muitos Contabilistas
não percebem a importância das suas atribuições,
contentando-se sempre com a lembrança ocasional
de muitos empresários, que também não
enxergam essa situação, que deveria
ser debatida dia a dia, com posturas profissionais
mais sérias, seja na orientação,
organização, análise, aconselhamento,
e acima de tudo, ética e zelo na construção
do nome Contabilidade. Hoje, muito mais do que ontem,
a atividade contábil tem merecido muito mais
destaque no meio financeiro, que é de vital
importância para qualquer ramo de negócio,
e, sendo assim, de capital relevância no seio
empresarial. O poder público também
tem marginalizado a atividade contábil, esquecendo-se
de que é ela que traduz as suas normas, promovendo
a arrecadação adequada e a organização
documental. A imprensa também não tem
dado o real valor a essa ciência, a não
ser para estampar manchetes das atitudes desastradas
de profissionais desqualificados, que também
existem em todas as profissões. E a Contabilidade
pode conduzir uma empresa a navegar em céu
de brigadeiro, como também a sua inobservância
pode levar um empreendimento às mais profundas
fossas abissais. Dessa forma, todos os profissionais
de Contabilidade deveriam se congregar, para debater
posturas, propor mudanças, estabelecer metas
de desempenho, inovar, enfim, fortalecer a classe,
desenvolvendo o Brasil, o que sem dúvida alguma
irá se traduzir em maiores benefícios
para a sociedade de uma forma geral.
O
recente episódio envolvendo a emissão
fraudulenta de certidões negativa do INSS,
que culminou com a detenção de várias
pessoas, dentre elas três contadores, reflete
o grau de responsabilidade a que esses profissionais
estão submetidos. Vale frisar que esses profissionais
foram liberados logo na semana seguinte ao episódio,
provavelmente ratificando o seu não envolvimento
na questão. Acontece que antes de provar qualquer
coisa, a imprensa, sem o conhecimento detalhado dos
fatos, acaba estampando manchetes, que via de regra,
macula a imagem das pessoas. É bem provável
até, que alguns servidores do órgão
também não estivessem no conluio, mas
só a justiça irá apurar. O que
se quer aqui demonstrar e que os contabilistas, dada
sua condição de preposto das empresas,
acabam sendo envolvidos em situações
que não estão no seu controle. É
essa responsabilidade que tem de ser pensada e discutida,
pois a grande maioria das empresas terceiriza o serviço
de contabilidade, que por sua vez jamais acompanha
24 horas o que seus clientes fazem, mas sempre orienta
nas decisões que devem ser tomadas ou evitadas.
É claro que existem maus profissionais, que
orientam de forma inadequada, ou que preferem resolver
as questões fiscais com o “jeitinho brasileiro”,
sem se preocupar com as conseqüências desses
atos. Infelizmente prédios também desabam,
pessoas morrem, bancos “quebram”, motivados
pela imperícia ou imprudência de profissionais
que não zelam por suas profissões. Esses
devem ser banidos do mercado de trabalho, pois denigrem
a imagem daqueles que se esforçam para que
suas atividades cresçam, atraindo novos clientes,
elevando a reputação das profissões
que abraçaram. Hoje mais do que nunca, a atividade
contábil assume um papel de grande destaque
na sociedade, pois é ela que é considerada
a medicina das empresas e das atividades econômicas,
que conduzem uma nação ao desenvolvimento.
BALANÇO
A
mudança que ser pretende fazer na MP 232, levando
em consideração o número de empregados
é mais uma aberração tributária
do governo, que desrespeita a igualdade de todos perante
a lei, uma vez que quer diferenciar a tabela de impostos
para os prestadores de serviços. *** A carga
tributária brasileira já está
beirando os 39% do PIB. O governo não consegue
maximizar e otimizar seus gastos, por isso tome elevação
de tributos. O que o pais precisa é contratar
contadores para assumir os seus ministérios,
especialmente o da Fazenda.
Marcelo Menezes de Faria, Contador
mmfaria@dynamicconsulting.com.br