Contador.
Pós graduado em Direito Tributário pela FGV.
 
  


A Empresa social


Estive lendo um artigo acerca da carga tributária brasileira, extremamente voraz e com apetite cada vez maior, dizendo que a tendência não é que ela diminua, mas, que aumente ainda mais, pelas necessidades que o governo terá devido ao crescimento da máquina governamental com vistas ao atendimento das políticas públicas. Isso, sem dúvida alguma, incomoda e amedronta o empresariado, primeiro porque é angustiante ter o governo como sócio majoritário dos empreendimentos (devido ao porcentual que representam os tributos no orçamento empresarial), segundo pela notória inoperância do poder público em cumprir o seu papel social, seja na previdência, na saúde, na educação, nos transportes, nas vias públicas, etc. O que fazer diante de quadro tão assustador, que transforma o pais numa das maiores economias informais do mundo, pelo medo que o empreendedor tem de regularizar o seu negócio, fracassar por incapacidade financeira, e além de tudo perder o que já conquistou com muito esforço? Como embutir no preço dos produtos e serviços, um eventual aumento da carga tributária, se eles já se encontram enxutos, limpos, esbeltos e numa dieta rigorosa, além de freqüentarem a academia sete dias por semana? Se ao menos houvesse o retorno de tamanho investimento nos cofres públicos, o impacto seria menor, pois certamente não se gastaria tanto com tratamentos particulares de saúde, planos de previdência privada, subsídio à alimentação, vale transporte, pedágios e, principalmente, educação.

Se os funcionários são considerados (e são) o maior patrimônio das empresas, por que não considerar os empresários e a população economicamente ativa o maior patrimônio do governo? O que seria do governo sem arrecadação? As empresas que não investem na melhoria dos seus serviços e produtos, bem como no aprimoramento e estímulo dos seus funcionários, não conseguem sobreviver no mercado; e esse custo é alto. O governo, então, por analogia ao que vem dando certo nas empresas, por que não cria mecanismos de estímulo aos que mantém a sua atividade? Isso passaria necessariamente, por uma nova metodologia de gestão pública, envolvendo a participação das empresas, no processo de condução das funções do governo, isso é, cada empresa ficaria encarregada, por exemplo, de incentivar a educação, uma vez que estão muito mais perto da coletividade, dos seus problemas, além de que o poder decisório é mais rápido e ágil, que certamente conduziriam a resultados melhores, e isso já é demonstrado por grandes empresas, através de suas fundações, em atitudes isoladas, e que funcionam como um marketing institucional poderoso. Se o acesso para todos fosse irrestrito, e compensador, certamente que uma função básica do governo capitalizaria resultados extraordinários. A contra partida do poder público seria através da diminuição da carga tributária, de modo que o investimento proposto pudesse ser eficaz.

A contabilidade desses empreendimentos, já com esse viés social, deveria espelhar fielmente os investimentos efetuados em contra partida com os tributos suspensos, numa clara transparência da atividade, de modo que fosse fácil ao governo elaborar suas estatísticas sociais e definir novos incentivos. A periodicidade desses relatórios seria pequena e de livre acesso ao público. As empresas têm um poder de negociação e agilidade muito maiores que o governo. O que se pretende no exemplo proposto, não é impor mais uma obrigação às empresas (como é de costume), mas facultar a elas, através da redução ou mesmo da isenção de impostos (para as micro e pequenas empresas), a participação ativa nas funções do poder público, fomentando o desenvolvimento e o engrandecimento do pais, de forma socialmente justa, transparente e ágil, que certamente levariam o Brasil a despontar como mais uma potência mundial.

BALANÇO

Em reunião realizada no dia 03 de março, a diretoria do SESCON/Pa, agendou para o próximo dia 23 de março, uma nova palestra: Imposto de Renda – Pessoa Física. Uma oportunidade para os empresários, profissionais liberais e pessoal assalariado, conhecerem as mudanças efetuadas nesse ano, e tirar suas dúvidas com tranqüilidade, com profissionais ligados à área. Técnicos da Receita Federal deverão prestigiar o evento. *** Também é do SESCON/Pa a idéia de promover um mutirão do Imposto de Renda, preparando as Declarações, gratuitamente, daquelas pessoas físicas com apenas uma fonte de rendimentos. O evento ocorrerá em abril, em um dos Shoppings da cidade.


Marcelo Menezes de Faria, Contador – CRC/Pa 6337
mmfaria@dynamicconsulting.com.br