Contador.
Pós graduado em Direito Tributário pela FGV.
 
  

Contabilidade e Meio Ambiente

A contabilidade como instrumento de gestão é a principal ferramenta para a tomada de decisões em qualquer organização (ou pelo menos seria caso fosse mais valorizada a informação gerencial).

O fenômeno globalização que atrai mercados internacionais e que aterroriza os países subdesenvolvidos, criou posturas gerais de comércio, especialmente relacionadas ao meio ambiente, com o futuro da sobrevivência humana, em vistas da perenidade dos recursos naturais. Isso, sem dúvida alguma, cria uma consciência acerca da preservação da natureza, pois, caso contrário, “a galinha dos ovos de ouro” será aniquilada.

A contabilidade, como ciência, registra os atos e fatos contábeis que se traduzem em riqueza, pois é essa a sua finalidade, alcançada através dos lançamentos, demonstrações e análises, e também pode (deve) evidenciar as contingências, fiscais ou operacionais, que podem em um futuro, afetar a situação empresarial levando a prejuízos financeiros e institucionais, sendo capaz de selar definitivamente a existência de uma entidade.

Ora, preservar a natureza é tarefa social; todos devemos colaborar, educando, principalmente as crianças, que serão os profissionais do amanhã. A contabilidade quando evidencia tal preocupação exercita o seu lado social o que repercute positivamente na imagem da empresa, pois veste a roupa de defensora da natureza e da saúde e bem estar de seus colaboradores, o que rende dividendos institucionais, que são os mais valorizados (quando bem trabalhados em campanhas de marketing), pois criam um ambiente de trabalho saudável, gerando sempre motivação interna, que repercute nos resultados finais.

Principalmente as empresas que lidam diretamente com os recursos naturais têm que repensar suas estratégias operacionais, procurando dar um enfoque mais detalhado à preservação, sob pena de colapso de suas atividades. Tal assertiva não se resume somente a esses tipos de empreendimentos, mas a todos, pois o próprio lixo que circula pelas ruas da cidade afeta diretamente várias atividades, sejam elas turísticas, de prestação de serviços profissionais, etc, quando traduz a imagem do descaso com o meio ambiente.

A contabilidade deve fazer a sua parte e por mais que exista pouca literatura acerca do assunto de como evidenciar tais variáveis intangíveis, a consciência busca metodologias que serão compiladas e transformadas em procedimentos contábeis. As normas existem porque foram criadas a partir de observações e testes, e, outras e outras serão ainda implementadas, pois a contabilidade é dinâmica, assim como o mundo, assim como a natureza, e espera-se que as empresas possam entender esse dinamismo adequando-se ao futuro, a sua própria sobrevivência.

Sem dúvida alguma a consciência ecológica de hoje é fato relevante para a perpetuação das atividades empresariais e deve ser estudada em detalhes, especialmente pela contabilidade que pode (e deve) evidenciar tais repercussões em seus relatórios gerenciais, fornecendo informações que poderão alterar o patrimônio empresarial, e, o interesse cada vez maior pelas questões ecológicas tem sido destacado pela mídia nacional e internacional, deixando em alerta investidores e o próprio governo acerca dessa temática, corroborando a tese de que a continuidade de um empreendimento depende exclusivamente da sua postura intelectual em todos os sentidos.

Empreender no meio ambiente é abrir a mente para negócios que hoje ainda não existem, e que se podem traduzir em grande fonte de riquezas para seus criadores, como na comercialização de créditos de carbono, que ao mesmo tempo em que auxiliam a natureza, rendem dividendos para os seus praticantes e adeptos, à medida que as empresas deixam de poluir e esse auxilio ao meio ambiente se traduz em dinheiro, quando comercializado com outras entidades que ainda não implementaram um sistema de controle de poluição. E como diz meu grande amigo Gilberto Machado, Secretário de Meio Ambiente no município de Jacundá-Pa, “a natureza não é somente para ser fotografada, mas também para se ganhar dinheiro, numa relação de interdependência”.


BALANÇO

A Receita Federal aperta o cerco contra os contribuintes pessoas físicas. Só este ano já foram 17 mil ações fiscais, que resultaram em R$ 1,36 bilhões de Reais. A maior parte dos procedimentos fiscais se deveu à chamada “malha fina”. *** A Receita Federal também ataca os cervejeiros. As cervejarias terão que instalar um medidor de vazão, que informará a quantidade de litros produzidos diariamente, para que o “leão” também possa tomar o seu gole. *** O Presidente Lula assina Medida Provisória que desonera da cobrança do PIS e COFINS os produtos da cesta básica. *** Mais de 500 trabalhos técnicos foram inscritos no Congresso Brasileiro de Contabilidade, que será realizado em Santos-SP, no mês de outubro. Um grande sucesso segundo a organização do evento.


Marcelo Menezes de Faria, Contador
mmfaria@dynamicconsulting.com.br